Biography
Bernardo Bravo é um desses artistas pensantes: é impossível adivinhar o que vai sair de sua cabeça a cada novo projeto, mas mesmo assim aguardamos ansiosos a cada lançamento. De maneira geral, é possível dizer que Bravo trabalha com música popular brasileira, mas dentro desse mundo passeia desde o pop do verso-refrão-solo ao erudito. Sua carreira é um dos raros casos em que conhecer e apreciar seus diferentes processos criativos é tão gratificante quanto curtir os produtos finais.
Este tem sido o caso desde 2007, quando compunha o Felixbravo com o parceiro musical João Felix. O duo se lançou sob a epíteto de “música para se ouvir em silêncio”, e era mesmo. O álbum “Camafeu” foi eleito como um dos 100 melhores de 2010 pela revista Manuscrita.
Depois veio o projeto solo “Arlequim”, de 2013, exclusivamente de voz e piano. No disco, Bravo atua quase como que um curador. O álbum é um mergulho no mundo da comedia dell`arte, em particular na figura galanteadora do Arlequim, e tudo no projeto reflete esta intenção.
Depois de um projeto tão lírico, Bravo apareceu com o “Coyoh” (2016), um novo disco com sonoridade de post-rock e noise. Segundo o artista, “coyoh” (ou coió) significa tanto um esporro quanto uma pessoa idiota. Não poderia estar mais longe de um “arlequim”, mas foi a maneira que ele encontrou para falar da contemporaneidade, da política aos relacionamentos amorosos. Como este é um projeto de Bernardo Bravo, ele faz isso remetendo também à arte erótica japonesa do shunga.
E se a princípio o trabalho de Bernardo Bravo pode parecer desconexo musicalmente – com seus únicos pontos comuns sendo o nome e a inconfundível voz – basta lembrar que seu trabalho sempre teve foco: sua música não deve apenas ser ouvida, mas pensada e sentida, como toda obra de arte.
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